Este mês em especial a Doutor Resolve irá mostrar algumas matérias e informações sobre a parte elétrica, e hoje iremos falar sobre como fazer um check-up da rede elétrica de sua casa. Nos últimos 15 anos, os equipamentos domésticos se multiplicaram, mas pouca gente atualizou a infraestrutura para suportá-los.

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De todas as residências brasileiras, chegou-se à conclusão de que só 5% estão com a rede elétrica em dia. O número alarmante de uma estimativa do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Os problemas nos outros 95% vão desde o mau dimensionamento da estrutura até falhas graves em ligações e aterramentos. Todos devem ser solucionados por mão de obra habilitada (engenheiro elétrico, técnico ou tecnólogo em eletricidade), questão urge. Afinal, o tema detém o primeiro lugar entre as causas de incêndios acidentais no país. A boa notícia é que a regulamentação está em curso: agora mesmo, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) trabalha na revisão da NBR 5410, que baixa tensão, de casas e apartamentos.

1) Suas tomadas são de três pinos? Três é melhor

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Ainda há quem reclame, contudo a tomada com três entradas (dois pinos + fio terra) realmente oferece mais segurança. Além de possuir uma calha que impede o contato com as hastes metálicas no momento da conexão, o orifício de aterramento é mais raso, o pino do meio entra primeiro e sai por último, evitando o choque. Embora substituir as tomadas dê trabalho, vale a pena. Com o auxílio de um profissional habilitado, aproveite para avaliar o sistema de aterramento da casa ou do apartamento, mais exigido com o novo método.

2) Sua casa está protegida dos raios?

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NO CAMPO – Todo cuidado é pouco. Afastadas umas das outras, as construções acabam suscetíveis a descargas mais fortes. Não dispense um bom aterramento. NA CIDADE – O raio se dispersa pela malha de edifícios e causa menos estrago. Porém, não se iluda: descargas atmosféricas são muito perigosas em qualquer lugar.

3) Quanto gastam os seus equipamentos?

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Façamos a conta com um chuveiro. A potência varia de acordo com a posição da chave (em média, de 4,5 mil a 6 mil W durante o inverno e entre 2,1 mil e 3,5 mil W no verão) e já representa o gasto de energia em uma hora. Assim, considerando a potência de 3 mil W e a utilização por quatro horas, o consumo total expresso em KWh será de 3 KW x 4 h =12 KWh. O preço do KWh você encontra na conta de luz.

4) Será que dá para ter energia solar na sua casa?

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Parece um contrassenso, mas a energia solar, na grande maioria dos casos, ainda não serve para ligar equipamentos domésticos. As placas fotovoltaicas geram corrente contínua (os aparelhos usam a alternada) e tensões acima de 400 v (nosso padrão é 110 v ou 220 v). A fim de aproveitá-la, seria necessário um conversor que mudasse a corrente e um transformador para reduzir a tensão. Adeus, economia. Por enquanto, melhor reservar a energia solar para aquecer água.

5) Seus benjamins são certificados?

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Só use produtos com o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

6) O plugue não está cabendo na tomada? Respeite!

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Se o diâmetro dos buracos da tomada for menor do que o dos pinos do plugue, significa que a corrente que circula no equipamento excede a capacidade da rede. Esqueça Ts (ou benjamins). Melhor trocar a tomada, verificando se a fação e o disjuntor que chegam até ela suportam a força do aparelho.

7) Quantos anos têm os seus fios

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Fios envelhecem. Quando isso acontece, a camada isolante resseca, fragiliza-se e perde as propriedades isolantes. O processo acelera se o sistema estiver sujeito a sobrecargas constantes. Cinco anos é um bom intervalo para revisões preventivas.

8) O que corre por dentro dos seus conduítes?

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Está na NBR 5410: condutores de energia pedem um conduíte exclusivo. Já os cabos transmissores de dados (de telefone, internet e TV) podem ficar juntos.

9) Como a energia chega até seu quadro de força?

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Casas: A concessionária entrega a energia e responde por ela até o quadro de entrada (assim como nos edifícios). Dali em diante, os cuidados cabem ao morador.

Apartamentos: Além do quadro individual, que fica dentro de cada unidade, os prédios contam com uma minicentral de distribuição.

10) Qual a bitola dos seus fios?

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O cálculo da espessura ideal é feito por um profissional habilitado. Em residências, reina a de 2,5 mm. Equipamentos potentes exigem fios mais resistentes.

11) A tomada de seu eletrodoméstico esquenta?

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Conectores aquecidos a ponto de não ser possível tocá-los revelam sintoma de sobrecarga na rede. Condutores velhos ou finos demais para determinado equipamento são os motivos mais comuns. Chame um profissional.

12) Algum equipamento está dando choque?

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Não é certo sentir a corrente passando por fora de aparelhos – isso indica que ela não está no caminho certo. O resultado aparece na conta, que vem alta. Faça o teste: tire tudo da tomada e espere 15 minutos. Se o relógio de medição continuar girando, fale com um eletricista experiente para encontrar a origem do vazamento e estancá-lo.

13) Sua caixa de distribuição está à vista?

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A caixa de distribuição deve permanecer à vista, sem obstáculos que dificultem o acesso a ela. A portinha requer uma abertura mínima de 90°. Assim, nada de colocar um quadro para encobri-la, combinado?

14) Quais as cores dos seus fios?

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As cores serve como identificação. Cada cor de fio indica uma função. Os verdes ou verde e amarelo são para a ligação Terra. O azul é o neutro. As demais cores são para as Fases. Mas, sim, você poderia usar fios de uma só cor, desde que identifique muito bem todos eles. E, de preferência, ao fazer isso, evite os verdes, verde e amarelos e os azuis.

15) Com está sua caixa de distribuição por dentro?

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Setorizar os circuitos facilita a manutenção e diminui o risco de sobrecargas. Já vimos que separar circuitos é bom, mas, em alguns casos, isso se torna obrigatório. Chuveiros, torneiras elétricas, máquinas de lavar que aquecem água e afins demandam um disjuntor exclusivo. E mais: os cabos devem ser instalados diretamente na parede, sem aquele acesso livre como o que temos às tomadas convencionais. Instalado no começo do circuito doméstico, o dispositivo de proteção contra surtos (DPs) protege contra aquelas oscilações de rede que levam a pulsos de tensão e costumam queimar aparelhos.

Já o dispositivo diferencial residual (Dr) atua no combate a choques ao receber correntes de baixíssima tensão, que não desarmariam o disjuntor, porém seriam capazes de causar acidentes fatais. No mercado, há disjuntores Dr que acumulam ambas as funções. As novas caixas de força empregam materiais que não propagam chamas, como ligas metálicas e plásticos de engenharia. Se a sua é de madeira, é melhor trocar.