Este mês a Doutor Resolve abordará alguns assuntos com o tema Alvenaria, e hoje o foco será Alvenaria Estrutural, nada de vigas nem pilares. O nome desse método já diz tudo: são as paredes que sustentam a casa. Com isso, a economia é certa e a boa notícia é que, usando aço e concreto em alguns pontos, a imaginação não tem limites.

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A principal vantagem de dispensar pilares e vigas na hora de construir é a economia. A alvenaria estrutural pode representar uma redução de até 30% no custo final de uma obra em relação ao sistema. Como não ocorre quebra de blocos, desperdiça-se pouco material. No convencional, as paredes são erguidas e depois rasgadas para que as tubulações fiquem embutidas. Nesse método, canos e fios passam por dentro dos blocos ao mesmo tempo que a parede sobe, também se reduz o volume de fôrmas de madeira, usadas para moldar vigas e pilares. O canteiro fica mais limpo e organizado, com menor risco de acidente. Além disso, como a casa será mais leve, você ainda economiza nas fundações.

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http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-alvenaria-estrutural.html

Que profissional procurar para construir com alvenaria estrutural?

O primeiro passo é contratar um arquiteto e mostrar seu interesse em usar esse tipo de estrutura. Ele fará o projeto, mas depois vocês terão que trabalhar com uma equipe de profissionais. Um deles é o calculista, que adapta as medidas da construção às dimensões dos blocos utilizados. Entram em ação também os engenheiros de hidráulica e elétrica, que devem deixar tudo pronto e integrado. Os pedreiros que executarão a obra precisam estar familiarizados com a alvenaria estrutural, que não permite paredes sem prumo, blocos quebrados ou retrabalho. A contratação de tantos especialistas exige um investimento inicial alto, mas que se paga depois, no decorrer da obra.

Os blocos devem ser especiais?

As paredes precisam ser erguidas com blocos estruturais de cerâmica, silicocalcário ou concreto. As empresas que fabricam tais produtos oferecem várias medidas, pois os blocos não podem ser quebrados. Há também modelos especiais para acolher a tubulação. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) já normatizou esses materiais e você deve requisitar ao fabricante documentos que comprovem os ensaios de resistência já realizados. A Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer) e a Associação de Cimento Portland (ABCP) podem informar sobre testes e processos de fabricação. Nunca empregue blocos de vedação comuns – eles não suportam o peso da casa. Escolha ainda uma argamassa com qualidade. Existem normas também para a argamassa, que deve ter boa aderência e resistência à compressão de 5MPa, no mínimo. Essa informação está normalmente na embalagem.

Quais os problemas mais comuns?

Se o projeto for mal concebido, alguns pontos da parede próximos às portas e janelas podem rachar. Para evitar isso, o arquiteto deve conversar com o calculista e descobrir o melhor lugar para posicionar as aberturas, além de fazer as chamadas amarrações com vergas e contravergas – usando barras de aço e concreto – nos devidos pontos.

Quais os problemas mais comuns?

Se o projeto for mal concebido, alguns pontos da parede próximos às portas e janelas podem rachar. Para evitar isso, o arquiteto deve conversar com o calculista e descobrir o melhor lugar para posicionar as aberturas, além de fazer as chamadas amarrações com vergas e contravergas – usando barras de aço e concreto – nos devidos pontos.

Tijolos de barro e solo-cimento. Pode?

Muitos profissionais empregam o tijolo de barro maciço na alvenaria estrutural, embora ele seja mais recomendado para alvenaria de fechamento – ou seja, parede que não sustenta a construção. “Ele agüenta perfeitamente os esforços”, afirma o arquiteto gaúcho Ronaldo Bastos Duarte, da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec). Há quem o escolha e deixe a tubulação aparente ou faça paredes duplas para comportar canos e fios. O bloco de solo-cimento, fabricado com argila, areia e cimento prensados, cumpre melhor o papel de vedação.

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O tijolo de solo-cimento não é recomendado para a alvenaria estrutural. Já o tijolo maciço de barro divide opiniões.

Quando vale a pena usar:

  • Em terreno plano. É mais trabalhoso conseguir o prumo das paredes em lotes com declive acentuado.
  • Casa com até dois pisos. Construções mais altas requerem reforços que podem aumentar o custo da obra.
  • Em condomínio horizontal com várias casas iguais.”Nesse caso, a economia pode ultrapassar os 30% estimados normalmente”, diz o engenheiro gaúcho Ronaldo Bastos Duarte, da Cientec. Como o mais trabalhoso e caro na alvenaria estrutural é a elaboração do projeto, se ele já estiver pronto basta repeti-lo, sem custo nenhum.
  • Se a opção for deixar os blocos aparentes, é indicada porque, nesse caso, não haverá pilares de concreto interferindo no visual.

Quando não vale (tanto) a pena:

  • Há pretensão de alterar a casa. A não ser que as mudanças já tenham sido previstas no projeto inicial, até a abertura de uma simples porta exige a interferência de profissionais que calculem a viabilidade da reforma.
  • No caso de querer portas e janelas muito amplas. Se a abertura for grande, a estrutura precisará de muito reforço, o que aumenta seu custo.

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Cerâmico: Leveza e boa capacidade de isolamento termo acústico estão entre as principais vantagens. As modulações mais comuns nesse material são 15 x 20 x 30 cm e 20 x 20 x 40 cm. Mas há também peças com formato especial, em U.

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Concreto: Boa resistência à compressão é o seu ponto alto. Existem modelos especiais, e as modulações básicas são de 20 x 40 cm e 15 x 30 cm.

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Silicocalcário: Fabricado com uma mistura de cal e areia prensadas, esse bloco tem boa resistência mecânica. Medidas básicas 20 x 40 cm e 12,5 x 25 cm.